Fome
Onde se nasce ou onde se enterra
Se encontra riso e se encontra luto
Se sente até o que não tem nome
Acomodado, não vê que erra
Sofre inerte, passivo e mudo
Durante a noite se vê insone
Pois é na paz que se esconde a guerra
Na polidez, o estado bruto
Na leve brisa, o denso ciclone
Contudo, um mar de inquietos berra
A passos largos perpassa tudo
Com a voz inflada num megafone:
Se tenho a chuva não tenho a terra
Se tenho a terra não tenho o fruto
Se tenho o fruto não tenho fome.
Agosto/2009.
http://betimcultural.blogspot.com.br/2009_08_01_archive.html