O FURO DA GARRAFA

Dentro da garrafa não tinha nada, mais de fora se via o todo.

Como ela podia estar cheia, se não se via o que havia por dentro?

Era apenas uma garrafa, imã de beleza em si mesma.

Sobre ela podia ver o próprio rosto em seu vidro calmo solto.

Em um universo azul de infinitas paisagens de areias.

Rasgada, furadas de poros de espaços vazios.

O olho alterado de sua totalidade em suas frestas abertas.

Um espelho rompido de totalidades mudas não vista no ver dos seus desejos.

Aquilo que a atrai era ser traçada de trancas ainda não desacumuladas em silhuetas.

Inversas aparentes da tênue visão quase invisível de sua linha vista.

Como adianta estar tudo fechado se a porta aberta não olhar o indivisível

dentro do necessário até que o determinado desfaleça no impossível.

De. Poeta das Almas

Fernando Henrique Santos Sanches

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 15/04/2014
Reeditado em 10/07/2018
Código do texto: T4770058
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