O FURO DA GARRAFA
Dentro da garrafa não tinha nada, mais de fora se via o todo.
Como ela podia estar cheia, se não se via o que havia por dentro?
Era apenas uma garrafa, imã de beleza em si mesma.
Sobre ela podia ver o próprio rosto em seu vidro calmo solto.
Em um universo azul de infinitas paisagens de areias.
Rasgada, furadas de poros de espaços vazios.
O olho alterado de sua totalidade em suas frestas abertas.
Um espelho rompido de totalidades mudas não vista no ver dos seus desejos.
Aquilo que a atrai era ser traçada de trancas ainda não desacumuladas em silhuetas.
Inversas aparentes da tênue visão quase invisível de sua linha vista.
Como adianta estar tudo fechado se a porta aberta não olhar o indivisível
dentro do necessário até que o determinado desfaleça no impossível.
De. Poeta das Almas
Fernando Henrique Santos Sanches