RUA MORTA

Minha poça me diz que se tem o momento,

que o passado está fora da linha dos olhos,

pois o vento não volta; só abre caminho

para ventos futuros; eventos recentes...

É de praxe avançar, concluir fase a fase

ou teremos crateras por todo o percurso;

voltaremos do quase pra ponto nenhum

do luar esquecido numa rua morta...

Foi preciso crescer, alcançar minha idade

sobre cada saudade; lembrança; memória ;

cada glória e tropeço que tive até já...

Esta hora se mostra como agora e só;

há um nó que se fecha no retrovisor;

fui criança na infância; não serei agora...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 14/04/2014
Código do texto: T4768102
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