RUIM DESTINO QUE EU COBIÇO

De que me vale

o seu profano pensamento e impuro,

que oferta ao meu senso religioso?

Se não é a sombra ruim que me assusta,

e nem o cálice do vinho saboroso?

Tampouco é a santíssima oferta à minha gula

de um bom prato de pecado insano.

Se esse seu cérebro é tão litigioso

e é verminado das sombras do perdão

e mesmo assim

pincela em muro esboço leve,

escorregando o pincel em sua mão.

E com as suas taças cheias de incredulidade

passou a denegrir sua imagem de fiel...

D'uma metáfora que me investiga

e instiga a minha eficiência,

deficiente fica e me intriga

fatiando n'um prato minha sã consciência.

De que viver obscuramente eu já vivo

interrogando subitamente minha existência.

Por que passar nas curvas dessa estrada?

Ó que pecado eu pago por viver!

Minha esperança é a tua necessidade

daquele mísero pão pra sobreviver.

Quisera eu nesse inimigo mundo

ter privação da ponte pra outra vida.

Ah! quisera eu, andar descalço agora

e mendigar, teu pão, tua comida...

Jackson Viana
Enviado por Jackson Viana em 04/04/2014
Código do texto: T4756655
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.