Sonhos de neve

"E a mulher, funcionária dos instintos,

Com a roupa amarfanhada e os beiços tintos,

Gane instintivamente de luxúria!"

(Augusto dos Anjos)

Sonhos de neve.

Tocou ao fundo a velha música romântica

Aquela mesma que fez o poeta sorrir.

Na cabeça um filme ao ouvir o saudoso cântico

Do amor que foi abortado antes de parir.

Mundos efêmeros que nada ajudam.

Sonhos de neve no verão derretidos.

Não dançam os que não escutam.

Perdem-se em migalhas os desejos temidos.

Nutrindo amantes sorriu para a vida.

Na penumbra se sentia feliz.

Acostumou-se com as diárias despedidas.

Sorriso solto digno de uma festejada meretriz.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 01/04/2014
Reeditado em 01/04/2014
Código do texto: T4752324
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