Estação vida

Não deu tempo.

Atrasei-me.

Ao longe ainda pude ver a felicidade partindo.

Tentei gritar, correr, ligar,

Já era tarde,

Ela foi.

Eu fiquei.

E pensar que tentei sair apressado,

Deixei até algumas coisas

Espalhadas.

Nem sei onde me deixei esquecido.

Não pude ver onde pendurei minha alegria.

Ficou lá.

Talvez esteja no mesmo prego do meu sorriso.

Um sobre o outro. Não os vi.

Tomara que alguém, ao encontra-los, faça bom uso.

Estou preocupado com minha vida,

Deve ter ficado num cabide.

Tão frágil!

Será que vai sobreviver?

A esperança... Que dó!

Morreu no frio das noites passadas.

Nesta estação à beira da estrada,

Não me resta mais nada.

Se alguém perceber que não fui

Quiçá, ao menos, dirá: Caramba!

Como pode não ter embarcado?

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 26/03/2014
Código do texto: T4745128
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