A NOITE

A NOITE

Outono/2006

A noite é do boêmio, é do poeta,

A noite é da vadia e do ladrão.

À noite, meu tormento se completa:

É quando me dói mais a solidão.

Se a noite, em seu véu negro, está repleta

De estrelas a luzir na imensidão,

Ou se há luar – nada me desinquieta,

Nada me serve de consolação.

À noite é que incendeiam-se as paixões:

Adúlteros se encontram na calada,

Tramam-se crimes, vis conspirações.

E a mim, que já não amo – ou tramo – nada,

Resta esperar do sono as ilusões,

Ou pelo alívio, enfim, da madrugada...

Mauren Guedes Müller
Enviado por Mauren Guedes Müller em 03/05/2007
Reeditado em 29/06/2007
Código do texto: T473758