A NOITE
A NOITE
Outono/2006
A noite é do boêmio, é do poeta,
A noite é da vadia e do ladrão.
À noite, meu tormento se completa:
É quando me dói mais a solidão.
Se a noite, em seu véu negro, está repleta
De estrelas a luzir na imensidão,
Ou se há luar – nada me desinquieta,
Nada me serve de consolação.
À noite é que incendeiam-se as paixões:
Adúlteros se encontram na calada,
Tramam-se crimes, vis conspirações.
E a mim, que já não amo – ou tramo – nada,
Resta esperar do sono as ilusões,
Ou pelo alívio, enfim, da madrugada...