Perfume

(Do túnel do tempo - anos 80)

Desperto. Percebo alguma claridade,

Ao meu lado ainda um saldo do teu calor.

O perfume nas cobertas entranhado.

No banheiro teus pertences espalhados.

Olhos semiabertos espiam a rua,

Nem mais um passo teu,

Na memória a mais linda imagem crua,

Teu gosto doce nos lábios meus.

Busco motivos pra enfrentar este dia,

Imagino seus cabelos desalinhados, seu rosto, seu sorriso,

Busco no espelho meu olhar sem alegria

Pensamentos de mim decolam sem juízo.

Consome-se em teu dia atarefado.

Nem notícias tuas consigo receber.

Dou passos te imaginando ao meu lado

Buzinas, barulhos, correria nada me faz te esquecer.

Já é noite e ainda estou só,

Saudade não para de cutucar.

O amor que ama também castiga sem dó

Batem a porta! Será você querendo entrar?

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 20/03/2014
Reeditado em 20/03/2014
Código do texto: T4737062
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