DESPARTO

Só eu sei com que dores me tomo pra mim,

quando vou mergulhar nos teus olhos nos meus,

lá no fim deste sonho do momento eterno

que me devo, não nego, mas não sei se devo...

Ora tento entregar as emoções guardadas,

mas depois me recolho, me apago nos traços,

tiro todas as letras deste livro aberto

e me faço distante; sem flores expostas...

É que mora um temor nesta caixa de afetos;

uma sombra me cerca, me assombra e contém,

faz voltar pro segredo que há muito não é...

Sofro desse desparto, jamais nasço em ti,

este pé-ante-pé me retoma e reguarda

sem o gosto que o cheiro revela que tens...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 04/02/2014
Código do texto: T4677502
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