Jogo de azar
Se for jogo, eu creio, é de azar.
Pois a indiferença é uma roleta russa,
Arma clandestina prestes a disparar,
Enquanto o medo interno pulsa.
Prefiro a dor do corte na pele
A fingir que não existo.
Preparo-me no ventre reles
Selvageria mundana em busca do êxito.
A nau perdida se rebela
No pipilar de gotículas insólitas,
Se não tem vento pra que serve a vela?
Meu barco sucumbido ancora na margem morta.