Embrulhada na Multidão
Ah! Mundo cruel que não me deixas ser real.
Embrulhada na multidão.
Uma estrada de gente que se arrasta numa vida aparente.
 
É sempre a mesma coisa:
Gente que rouba porque não sabe fazer mais nada além de roubar.
A pedofilia segura a mão da criança como se fosse um grande figurão.
 
O patrão afasta com os cotovelos a gentalha.
Perfil  inalterado, asseado ,perfumado.
Destinado a mandar, orgulhoso de ser o provedor do lar.
 
O que vai sozinho no meio da multidão por opção.
Não se prende a nada, até a alma mais querida é uma prisão.
De nada tem compaixão.
 
Os que não servem a nenhuma verdade.
Trancam portas e janelas para não deixar entrar qualquer ranço
De falência da humanidade.
 
Arautos dos espíritos livre a sonhar com outra era.
Era de ver a fome desaparecer.
A violência fugir porque não tem mais a quem agredir.
 
A doença se foi, no lugar ficou paz , amor, aceitação.
Deixar de acreditar que o homem aqui plantado só viceja, cresce,
Floresce e amadurece em meio à podridão.
 
                                                             Lita Moniz