O Que Queremos?
         Pertencer a uma religião que impõe o sacrifício,
         da liberdade, o suicídio lento da razão.
         A matança de qualquer lembrança de livre arbítrio,
         De toda a confiança num espírito forte.
         De qualquer sabedoria que nos aponte um norte?
 
          A autoestima jogada ao chão, deprimida, retorcida
          Como quem sucumbe no tatame da vida. Vencida!...
          Um espírito em dor e agonia.
          Uma consciência debilitada. Não acreditar em mais
          nada além da doutrina que aquela fé contém?
 
           O que queremos?
           Encontrar refúgio na natureza?
           A natureza generosa, pródiga, que se doa por nós.
           Que permite que derrubem, matem, enterrem e
            Serrem seus filhos vivos, vegetais de toda a espécie
            São sacrificados em nome do progresso.
 
             Vampiros a comer a carne de animais sem distinção,
              Falta pouco para se salvar apenas a carne do irmão.
              Sem consideração, piedade ou compaixão.
              Indiferentes ao clamor da Mãe Terra.
              Cegos vão a caminho da auto destruição.
 
              Esquecem  que essa mãe  é Gaia também.
              Deusa da Terra, mãe da Terra e de tudo que ela encerra.
              Em nome da auto sustentação, mata, consome, reduz a
              Pó, cinza e nada tudo que se atravessar em sua estrada.
                               O que queremos então?
 
                                                                 Lita Moniz