A Fruta do Pecado
Eis a fruta a arder qual uma pira ante a mordida furtiva do pecado, do espúrio.
Um olhar tardio que sequer disfarça segue em sina, em intensa agonia.
Eis a fruta perdida, proibida ante lábios tão doces quanto o próprio mel;
Os mesmos lábios que blasfemarão pela primeira vez ao amado.
Eis a taça, o vinho e o fruto
A lançar cacos no espelho, num real invisível;
Não em si, mas num outro
No martírio do viver amante e entoante.
Eis a fruta do pecado,
O desejo.