Poema de Natal

  Deus menino, pequenino, de todos
  o mais pagão.
  Ironia do destina, o primeiro deus cristão.
 
  Filho da estrela de primeira grandeza.
  Mãe Maria deu de lhe chamar Jesus. O Pai no céu
  aprovou: rima com príncipe da luz.
 
 Nascido e criado nos quintais do céu, junto com anjos
 e arcanjos a brincar com a luz dos sóis de lá.
Os raios eram cipós que os levavam às alturas.
 
 Pulavam de raio em raio.
Passavam por muitas luas, oásis do paraíso.
Desciam para explorar a Via Láctea e outras vias mais.

Sobrevoaram a Terra, queriam ver como era
Lá do alto lhe pareceu um lugar encantador.
Um oásis a mais, igual aos demais.
 
Adoraram os animais, chegaram perto das araras.
Falaram com elas, passavam a mão sobre as penas tão belas, acariciaram os filhos delas.
 
Pousaram na cova de leopardos, brincaram com os
filhotes, aprenderam a dar pinotes.
Riram demais com as estrepolias  dos animais.
 
Entraram em casa de leões, rolaram com eles na grama.
Os leõezinhos  olhavam para eles, feito anjinhos.
Gostaram da leoa, saíram dali a dizer: que mãe boa.
 
 Não chegaram perto dos humanos, acharam-nos bichos
 estranhos, qualquer coisa lhe dizia que aquela gente
fazia  o que não se podia fazer.
 
 Desobediência total a serviço do mal.
 Quando Deus o enviou para a Terra salvar, convocou
uma reunião com a sua legião.
 
 Vamos obedecer, a Terra é um bom lugar.
 Lá há sol, há terra, há mar com belezas de encantar.
 É só ficar longe das terras que o homem resolveu ocupar.
                                                                                  Lita Moniz