MORRENTES

A gente vive morrendo.

Se não de medo, é de raiva;

se não de raiva, cansaço.

Quase de verdade,

se morre até de saudade.

Gente morre de fome

(de fato e de nome),

às vezes morre de rir,

de frio e calor

e tanto esperar.

As mortes passam por nós,

como despejo;

também se morre de susto,

ciúme ou inveja;

paixão ou desejo.

De não saber extrair

o bom dos fatos;

o bem do mal.

Por ter preguiça de achar

bem lá na frente,

um pouco atrás,

melhor saída...

o mundo vive doente,

a gente morre demais

pra pouca vida.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 07/12/2013
Código do texto: T4602592
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