Opção clandestina
Não sei ser feliz na claridade
nos holofotes
na luz de digitais e hd
prefiro a clandestinidade
a periferia dos cantos
a sombra da linha mais fina
Quero passar pela multidão
sem ser notada
ser mais uma que caminha
ser povo
de novo nas mesmas ruas
dos velhos tempos
Meus passos trazem as pegadas dos chinelos
E os pés se sujam de barro e poeira
Sou melhor sem maquiagem
sem o pó de esconder olheiras
ou as estimadas rugas
O melhor presente da idade
Mantenho minha sobriedade
Tento ser apenas eu
Com a mesma identidade de sempre
furtiva enquanto posso
ilegítima para os padrões deste tempo