Opção clandestina

Não sei ser feliz na claridade

nos holofotes

na luz de digitais e hd

prefiro a clandestinidade

a periferia dos cantos

a sombra da linha mais fina

Quero passar pela multidão

sem ser notada

ser mais uma que caminha

ser povo

de novo nas mesmas ruas

dos velhos tempos

Meus passos trazem as pegadas dos chinelos

E os pés se sujam de barro e poeira

Sou melhor sem maquiagem

sem o pó de esconder olheiras

ou as estimadas rugas

O melhor presente da idade

Mantenho minha sobriedade

Tento ser apenas eu

Com a mesma identidade de sempre

furtiva enquanto posso

ilegítima para os padrões deste tempo

Marcela Cristiane
Enviado por Marcela Cristiane em 27/10/2013
Reeditado em 27/10/2013
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