Madeira velha
Sem a paciência devida
a esta altura da vida
sem a doçura da criança
sem doce o açúcar
e ainda menos o mel
Depois de tanto tempo
Numa cadeira tão velha
as mãos se misturam à madeira
se entrelaçam enrugadas
Há muito deixada de lado
depois de tanto fazer
depois de tanto dizer
e agora nada
Uma velhice sem graça
A solidão veio enfim
Já terminei minha história
Nada mais a saber
Espero o adeus da poeira
Aguardo enfim o descanso
Sem sorriso e sem choro
Sem saudades de mim