O poeta não tem fim
O poeta não tem fim
Disse o poeta
Traga-me o papel
Ninguém o escutou
Traga o papel para mim
O meu ego não tem fim
O poeta insistiu
Traga o papel para eu rabiscar
Ainda preciso sonhar
A criança escutou
O poeta escreveu
Rabiscou, sorriu, chorou
Espreguiçou, suspirou
O meu papel levarei
E lá no meu túmulo sonharei
Sonharei... sonharei...
O que a vida não me ofertou.
A criança entendeu, sorriu e balbuciou.
Adeilde de Oliveira