eu fronteiriça

meu corpo diz não aos limites

e avança as fronteiras

minhas extremidades

se estendem além de mim

na frente um espelho

um pentelho me revela

acusa-me estranha

de formas deformadas

tão fora dos padrões

tao difícil aceitação

estendo minha queixa aos amigos

antes tão queridos

e agora nus no que realmente são

"sim você precisa entrar na forma"

"sim você deve corrigir o seu eu"

quem são estes?

são estatuas de gesso

que andam por aí

mas

sou também andarilha

sou também sem razão

deixei minha identidade

no passado

e meu presente , negação

Marcela Cristiane
Enviado por Marcela Cristiane em 10/10/2013
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