eu fronteiriça
meu corpo diz não aos limites
e avança as fronteiras
minhas extremidades
se estendem além de mim
na frente um espelho
um pentelho me revela
acusa-me estranha
de formas deformadas
tão fora dos padrões
tao difícil aceitação
estendo minha queixa aos amigos
antes tão queridos
e agora nus no que realmente são
"sim você precisa entrar na forma"
"sim você deve corrigir o seu eu"
quem são estes?
são estatuas de gesso
que andam por aí
mas
sou também andarilha
sou também sem razão
deixei minha identidade
no passado
e meu presente , negação