NO CÉU DO CORAÇÃO
Sombras de tecidos negros
no céu do coração sem segredos.
Nuvens de pedras rígidas, austeras, inflexíveis,
se lançam contra suas portas abertas e sensíveis.
Farpas de vozes raivosas agridem seus sonhos,
como que tentando roubar-lhe a inocência de modo medonho.
Coração solitário, coração desprovido de fechadura e escudo.
Coração que ri, coração que pensa, coração que sangra mudo.
Coração que pulsa no relógio do tempo multidimensional.
Coração rebelde à ditadura convencional.
Coração de carne, coração de alma, coração que vibra.
Coração que bombeia, a cada segundo, poesia, amor e vida...
Nuvens cinzentas cobrindo o céu do coração.
Não, não o convencem não!
Em verdade, não são pedras, são apenas algodão escuro.
Suas cruéis intenções o ferem, contudo.
Vozes incansáveis zombando dos sonhos do coração.
Não, não o convencem não!
Em verdade, partem do algodão cinza cheio da babugem do mundo.
Mas o coração olha pra clareira no meio das nuvens cinzas.
Clareira colorida de luz tão linda...
onde reinam abismos de liberdade e do carinho mais profundo...
Sombras de tecidos negros atacando o céu do coração.
Chuvas e ventos de alheias violencias, sarcasmos, fúrias, hostilidades
querendo trazê-lo para as suas horrendas e gratuitas tempestades...
Mas.... ternura, ternura... é a única palavra que atinge e vence o coração.
Mas...o arco-íris repleto das cores da ternura, no meio da clareira celeste,
é mais forte do que tudo e sorri pro coração acariciando-o em sua solidão...