DESENCONTROS DE AFETOS

Não vou mais depender dos teus dois polos;

do teu céu nem do solo; da vertigem

de cair e voar ao mesmo tempo,

quando menos espero essas viradas...

Nada mais te redime no meu sonho

de um amor ajustado à sã preguiça,

uma vida sem baques, desalinho,

vinho tinto no pano do sossego...

Nunca mais me acharás em teus assaltos,

nos teus altos e baixos, tuas crises,

desencontros de gênios num só ser...

Nem vou mais atender ao meu impulso

nos teus beijos a vulso e na paixão

que derretem meus nãos e me absorvem...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 02/09/2013
Reeditado em 02/09/2013
Código do texto: T4463077
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