Eu que pensava
Eu que pensava não ter o que sentir
nem dor nem nada mais para sofrer
e que sonhava mais morrer do que dormir
e nem queria mais ser ou não ser...
Eu que não tinha mais o que chorar
e que pensava ser definitivo
este deserto seco em meu olhar
e da prisão do tempo infinitivo
descubro que ainda insisto em conjugar
o verbo sem pretérito da vida
que insiste em me fazer acreditar
que não passou por mim a despedida
e a dor do não saber teima em voltar
à face que ainda te chora escondida...