FETO DESAFETO
Hoje lá do outro lado, a realidade é outra
Nasceu o bebê real, que realidade louca
A realeza é bem vinda afinal não é culpada
O sangue azul continua nua crua e venerada
Más cá para estes lados, nasceu um pobre coitado
Descartado na caçamba por moscas foi devorado
A mãe nem viu sua cara pela droga desta vida
E por droga corrompida fez do pobre um abortado
O feto tão desafeto, porque foi tão afetado?
Quem pode ser responsável por tanta disparidade?
Uns nascem na Etiópia, outros vem na majestade
Quem vai pro berço de ouro, ou pro lixo da cidade.
Idal Coutinho