O Mendigo Rei

As almas ardentes bebiam vinho nos palácios de seda

Enquanto as raposas comiam o feno das estradas

Não havia sonho na cela dos prisioneiros sem asas

Nas manhãs de sol nascente nas cordas do viaduto

Entre os mais loucos surgia um poeta embriagado

Que reunia os mendigos em versos deslocados

Todos o ouviam como uma espécie de fome momento

Desconhecido entre os estrangeiros que estavam.

O Mendigo Rei se apresentava como filosofo do caos

Alguma coisa em seus sentidos não se faria nome

E era ali, que começava seus projetos mais existenciais

Nos homens que o seguiam e sondavam entre os espaços.

A fome que produziam na alma era o fogo de seus conhecimentos

Mais os mendigos não queriam apenas alimentos

Eles precisavam de comida para seus espíritos

E de um lar para seus pensamentos mais conflitantes.

Entre todos um procurava o coro, e repetia como uma aguda cantoria

O mundo é minha casa, nada mais resta nele se não os meus sonhos

Camaradas, peço a vocês um pouco de vinho em seus pensamentos

Para vermos o quanto, esquecemos e perdemos as nossas histórias.

De Fernando Henrique Santos Sanches

Poeta das Almas

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 21/07/2013
Reeditado em 06/01/2014
Código do texto: T4397422
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