O Mendigo Rei
As almas ardentes bebiam vinho nos palácios de seda
Enquanto as raposas comiam o feno das estradas
Não havia sonho na cela dos prisioneiros sem asas
Nas manhãs de sol nascente nas cordas do viaduto
Entre os mais loucos surgia um poeta embriagado
Que reunia os mendigos em versos deslocados
Todos o ouviam como uma espécie de fome momento
Desconhecido entre os estrangeiros que estavam.
O Mendigo Rei se apresentava como filosofo do caos
Alguma coisa em seus sentidos não se faria nome
E era ali, que começava seus projetos mais existenciais
Nos homens que o seguiam e sondavam entre os espaços.
A fome que produziam na alma era o fogo de seus conhecimentos
Mais os mendigos não queriam apenas alimentos
Eles precisavam de comida para seus espíritos
E de um lar para seus pensamentos mais conflitantes.
Entre todos um procurava o coro, e repetia como uma aguda cantoria
O mundo é minha casa, nada mais resta nele se não os meus sonhos
Camaradas, peço a vocês um pouco de vinho em seus pensamentos
Para vermos o quanto, esquecemos e perdemos as nossas histórias.
De Fernando Henrique Santos Sanches
Poeta das Almas