MERCADO HOSTIL EDITORIAL
Eu
Rejeitada por este mercado hostil
Editorial
Por não ser famosa
Por não ser homem
E não ter biografia polêmica
Traço letras que formam sentenças que consomem
Pensamentos
As editoras não cogitam
Me comprar a preço de banana
Querem me fazer pagar por minhas palavras rabiscadas e inéditas
Não vou me render a editoras marginais ou famosas
Vou renunciar à escrita no papel
Ser como nunca
mais digital
Tô a fim de ficar démodé
Assegurando minha clandestinidade
Ser anônima é melhor que ser comprada
Ser lida é melhor que ir pra estante empoeirada
Fico aqui no canto do recanto
Fazendo das letras palavras requintadas