Fluência

lagoa parada de sol

fim de tarde

corpo entorpe na fluência ondulada

liquefazem meus sais no mar

pensamentos se refazem

à revelia das horas

nuvens emolduram mosaicos

o tom, mutável, nubla

interrompe-o raios de luz

não entedia o contínuo som

em conexão

não se reparte homem e natureza

e o tempo pára

desimporta

em movimento imóvel

já não é o mesmo mar

o homem não é o mesmo

o mundo cabe na palma

tudo é sossego