VAGALHÃO ou MUDANÇA INEVITÁVEL

O mar, antes sereno,

fez-se angústia e desespero.

Águas em turbilhão,

na manhã fria de quase inverno,

invadiram a areia, a rua e o coração,

de quem, mãos nos bolsos,

assoviava um bolero,

na acomodação do cotidiano,

sem pressentir o futuro diante dos olhos,

sem supor a mudança:

novo momento, novo passo de dança,

trazidos por um inesperado vagalhão.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, que já foi mar, dia desses, pressentindo a mudança que estava por vir -