"Barba"

Hoje não quero emoções de barba feita.

Antes as migalhas do pão amanhecido.

Servido na fétida e úmida sarjeta

Gastronômica de um viver já morrido.

Hoje no café não quero açúcar.

Quero gotas de sangue nos versos da poesia.

Com gosto de fel sem adoçar.

Morre uma vida quando acaba a fantasia.

Hoje amor não trago em mim.

Prefiro a morte a ficar sem teu pão.

De longe vejo a luz chegando ao fim.

Como ondas foi-se o emocional da razão.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 20/06/2013
Reeditado em 20/06/2015
Código do texto: T4349808
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