O Vinho Que Avinagrou

Grita em brando

Mascarados em branco

Unidos pelo verde e amarelo do teu hino,

Do orgulho, que até então fora silenciado.

Foi aquele bocejo que se dá ao acordar

Estrondo do gigante, fez os grandes governantes

Tremerem na base

Do susto ao ímpeto nacionalista

De um povo que mendigava comida

Enquanto, impunes, comemoravam,

Eles - os seus votos,

Aos goles

Do vinho estrangeiro

Que, entre as vaias, avinagrou.

Agora, meus representantes,

Como assim intitulam-se,

Temem a inquietude

De uma educação que vocês subestimaram.

Esta é a fúria do teu povo ignorante.

Ondas de corações partidos

Sem partidos, apartidário

Sangram suas lágrimas de glória.

De todas as frustrações

Todas em pauta

As ruas reivindicam em indignação

A dignidade que foi prometida

Da, desde então, hereditariedade colonial.

Marcham soldados desalinhados,

Desfardados

Pela proteção de que lhes concede

O amor a sua bandeira.

Espantam-se ao fogo do confronto

Quando deveria chorar

Às flores mortas,

Fossilizadas pelo chão.