Marés
Maré alta, maré baixa, recuos e investidas.
O mar sem fim manda a maré dizer quem é.
Sou benevolente com a Terra e sua gente.

Recuo mais do que devia para fazer a vossa alegria.
Me  faço espuma para lavar o lugar. Deixo-o limpo
Para toda a criança deitar e rolar.

Recuo mais,  contenho as investidas, gosto de ver
Ilhas a nascer. Deixo o vulcão em ação.
Para a chegada  de mais uma ilha dou permissão.

Atestado vivo dos meus cuidados.
Ai que prazer ver a vegetação crescer, pássaros a voar.
Animais a chegar.

E gente que vem ali descansar, atraídos pela beleza do lugar:
um jardim cercado  de céu e de mar. Ilha bela, ilha encantada.
Iluminada pelo espírito da paz que ali se faz.

                                               Lita Moniz