Acordei para o meu pesadelo já tantas vezes sonhado

Desvirginado meus pulmões chorumados

Que evocam-me o meu destino perdido

Passos comprometidos nas lombadas da salvação

Acordei para o meu pesadelo já tantas vezes sonhado

Enganei-me em pensar que destas marcas só teria memórias

Mas tão fácil é cair na tentação

De deleitar-se ao sono eterno

Num sonho de peles limpas

Quando me cantam, relicário

A mais bela das deformadas recordação

Anseio pelo aconchego de Caronte

Ainda que me custe o enjoo do balanço de sua barcada

Nada adianta abrir mão de toda a minha esperança,

Perdida quando criança ao fim da ingenuidade,

Então pelos grandes portões atravessarei

Com toda imensidão que sempre carrego das sobras da consciência

Em busca dos olhos verdes de Hades

E em sua tardia recepção

Rolarei na grama de teu jardim.