Manuseio com o cuidado de quem ama,
Folha por folha. Uma por vez.
A formiguinha do Quintana
Encontrarei logo ali, talvez.
 
A próxima página tem um grito
Um risco. Um rabisco. Gerúndios,
Olhos espiando, café esfriando,
Um poeta aflito gestando.
 
Tem a ilha querendo sair,
O rio que entra no mar,
A lua começando a surgir,
E um beija-flor no pomar.
 
Vinícius compondo sonetos,
Olavo ouvindo uma estrela,
Carlos e seus anjos tortos,
Em Pasárgada, amando, Bandeira.
 
Dias escutando o sabiá,
Drummond consolando José,
Nos versos íntimos Augusto,
Na bola! Adivinha que é?
 
Romeu acariciando Julieta,
Titanic começando a afundar,
A baderna do boi da cara preta,
E um sofá pra Beethoven sentar.
 
Mona Lisa sempre sorridente.
Letras de poetas expoentes,
Comédia divina de Dante.
O Quixote Miguel de Cervantes.
 
Não sei o lado certo onde está
Com a mania que até hoje tenho,
De traz pra frente venho
Folhando de lá pra cá.


 
Aproveito este que é meu centésimo texto para agradecer aos amigos e amigas pelo incentivo recebido nestes seis meses de Recanto. Obrigado.


 
Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 27/04/2013
Reeditado em 04/02/2017
Código do texto: T4262961
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