A PELE DA ALMA

Alvorada do descobrir das veredas não ocultas das atitudes.

Dos dias em que as enseadas fazem dádivas

Perante o poente, o sol escuta o falar do dia

Interna na alma, a procura de remédios para suas inquietudes.

Filosofia, átomos, a fala, tudo se dilui em pensamentos

Íntima coloração da pele que procura a calma.

Da fome que aflora e que invade em si a alma

Escuta o corpo, que a pele o fogo digere os sentimentos.

Banhos quentes relaxam os instantes da carne

Nada apaga o fogo, quando ele ascende o espírito

Desfalece como o vento, os mais estreitos ditos

Brinca em frente aos que calam os amantes cernes.

O corpo se sente racional e não conhece a sua imagem

Ele canta os cantos em que consegue se vê

Espelha os membros como se fossem o ser

A alma fala em seus sonhos diáfanos em sua viagem.

A pele da alma tem todo o seu contato ao lado

Toca a mão o mundo, como respira o outono

Roupas não protegem quando quer o sono.

O corpo que dialoga como se tivesse o fardo.

Na intima alma não há sonhos sem interpretes

O corpo espelhado, conta coisas agora que surgem

Na pausa, como formas de pensamentos e imagem

Surge como escuta para quem tiver seus ditames.

É toda escuta o corpo, que ele desconhece seus registros

Precisa sonhar para se lembrar das coisas que disse.

Para conseguir questionar, sondar as praias sensíveis

Além da poesia na superfície, no corpo-alma dos sentidos.

( Poeta das Almas )

De Fernando Henrique Santos Sanches

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 24/04/2013
Reeditado em 10/07/2018
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