A PELE DA ALMA
Alvorada do descobrir das veredas não ocultas das atitudes.
Dos dias em que as enseadas fazem dádivas
Perante o poente, o sol escuta o falar do dia
Interna na alma, a procura de remédios para suas inquietudes.
Filosofia, átomos, a fala, tudo se dilui em pensamentos
Íntima coloração da pele que procura a calma.
Da fome que aflora e que invade em si a alma
Escuta o corpo, que a pele o fogo digere os sentimentos.
Banhos quentes relaxam os instantes da carne
Nada apaga o fogo, quando ele ascende o espírito
Desfalece como o vento, os mais estreitos ditos
Brinca em frente aos que calam os amantes cernes.
O corpo se sente racional e não conhece a sua imagem
Ele canta os cantos em que consegue se vê
Espelha os membros como se fossem o ser
A alma fala em seus sonhos diáfanos em sua viagem.
A pele da alma tem todo o seu contato ao lado
Toca a mão o mundo, como respira o outono
Roupas não protegem quando quer o sono.
O corpo que dialoga como se tivesse o fardo.
Na intima alma não há sonhos sem interpretes
O corpo espelhado, conta coisas agora que surgem
Na pausa, como formas de pensamentos e imagem
Surge como escuta para quem tiver seus ditames.
É toda escuta o corpo, que ele desconhece seus registros
Precisa sonhar para se lembrar das coisas que disse.
Para conseguir questionar, sondar as praias sensíveis
Além da poesia na superfície, no corpo-alma dos sentidos.
( Poeta das Almas )
De Fernando Henrique Santos Sanches