A PRIMEIRA POESIA
A primeira poesia: o verso puro,
a verdade, ainda não escondida,
a cara que se oferece ao tapa,
o querer sem limite ou muro,
o amanhecer calmo na Lapa,
a melhor fatia da vida.
A primeira poesia é assim mesmo;
vem-se achegando, insegura,
trôpega e sem rumo,
até que nos encontra no caminho,
a nós se atando, devagarinho,
início da mais surpreendente aventura.
E assim se vão, oi dois, pela vida à fora:
Poeta e poesia, indissoluvelmente atados;
aos abraços e beijos, como quem namora,
outras vezes, aos tapas e insultos, destilando ódios;
eterna contradição expressa em múltiplos versos,
permanente paixão, infinita e arrebatadora.
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, em 26/03/2010 –