Meus pêsames

Quais flores deveria dar-te para suas lágrimas sarar?

Falta-nos voz,

Tuas, engolidas junto aos soluços

Minhas, inertes ao não saber te segurar.

Qual palavra deveria eu proferir

Que não lembrasse tuas perdas?

E se queiras que de alguém venha teu amparo

Penso que de mim, a mudez é o teu maior alento.

Sinto por meus pêsames não desflorar

Cada flor que cresce do solo adubado por seu pranto

Nele que tu fortalecerás vossas raízes

Que, por ora, vacilantes, te sustenta.