MOLEQUE DE RUA

Uma voz de criança na ginga de adulto;

Esse vulto, esse corpo este cá meio lá;

Ora gente, ora traço no meio de gentes

Cujos olhos o veem sem vê-lo em quem é...

É alguém que ninguém admite que sim,

A não ser que se alastre qual praga nos pelos,

Feito pedras no rim, eritemas na pele

Ou apelos cristãos em estágios de guerra...

Ser humano de cera que a sujeira fez;

Que será que seria se desse pra ser,

Se pudesse crescer e se ajustar ao mundo?

Vi um rato no corpo de moleque arisco,

Um olhar de menino que pede socorro

Sob o gorro encardido na cara de mau...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 15/03/2013
Código do texto: T4189687
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