IMINÊNCIAS
O que será daqui a alguns anos,
quando nos chegar o abandono,
no cume da vida terreal?
A casa será um vazio,
num instante tomará de frio,
o Sol em seu ocaso final.
Não penses que o tempo é cedo,
e de pronto lhes trará o medo,
da roda gigante de outrora.
A luz que se acendeu um dia,
se agoniza numa alma fria,
indicando o chegar da hora.
A vida se faz num relâmpago,
as dores que atingem o âmago,
já se faz de correto o fanal.
Um belo cortejo se enlaça,
a luz da saudade se embaça,
sem leme navega a nau.
O tempo de vida que apresenta,
a mocidade por hora se alenta,
em tempos de moras passar.
De súbito a noite enegrece,
as mãos se levantam em prece,
pedindo a Deus para abençoar.
Seja prudente, ó mocidade,
não faça de sua vida um alarde,
lançando ao léu seu vigor.
Bem adiante encontrará de sorte,
A escudeira e destemida morte,
que definirá seu valor.