Caminho

Eu sigo o meu caminho incerto

Sigo por uma estrada desnivelada

Com mais decidas do que subidas

Com mais baixos do que altos

Levo um violão e uma trouxa de roupas

Tropeçando incansadamente nas pedras pequenas

As grandes são fáceis de ver, são fáceis de evitar

Suas memórias me puxam constantemente para você

Tentam me fazer recuar

Mas eu resisto à minha vontade de voltar e tentar mais uma vez

E dói

Mas eu já desisti

Desistir, na maioria das vezes, é difícil

Não é covarde

Desistir nunca é fácil

Principalmente quando não é a sua vontade

Quando não se é mais uma opção

Fere

E dói

Se me amas só na minha presença

Reaprenda a amar

Tanto faz pra você eu estar ai agora ou não

Hoje minha ausência deve lhe fazer falta

Não é mais como minha memória lembra

Não é mais aquele que meu coração chamava de vida

E se não morres mais por mim

Morreria eu por ti?

É uma estrada difícil de se guiar

Muito fácil de se perder

Um tempo que nunca abre

Dias após dias em meio ao nevoeiro

Sol e lua encobertos pelo tempo nublado

É sempre frio

Ninguém por aqui sabe mais o que é ser aquecido

As pessoas em si aprenderam a ser frias

Apenas para sobreviver

Alguns retornam

Não resistem

Fazem o caminha de volta, sentido contrário ao meu

Com gente caída ao chão em todos os quilômetros

Não é um caminho previsível

É andar sem ver o horizonte

Realmente não é indicado segui-lo

Sangues e lagrimas

Uma estrada onde não se encontra pessoas sãs

E eu sigo o meu caminho

De rosto lavado

Alma pesada

Sem nenhuma certeza

Já sem nenhuma esperança.