subverme

eu sou o subverme

aquilo que circula nas intraessências desprovidas

o que corrói onde circula, e mal diz a vida

eu sou a sombra onde a morte canta sereiamente

e o desespero da agonia que turba a qualquer mente...

eu sou o subverme

aquele que não tem serventia

as excreções venenosas, e doentias

das quais se alimentam horrendos vermes fiéis

que labutam dia e noite, noite e dia

afim de transformar-me materialmente

em substâncias aceitáveis, úteis essências,

mas que me revolto e escapo por poros vulcânicos

e, ingrato à compaixão do ser vilão,

veneno que sou tento liquidá-lo e me abandono

aos escombros limbônicos infernais

e então me vêm outros seres lastimáveis

a me fazer passar, me mastigando,

e de novo, e novo, e novamente me cagando,

pelos, e através dos intestinos de satanás...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 07/03/2013
Reeditado em 07/03/2013
Código do texto: T4176729
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