Menina Maria
Quem é você, menina Maria,
maria genérica, que um nome requer?
Quem é você, solta nas ruas,
perdida no mundo, numa esquina qualquer?
Vendendo balas, pedindo esmolas
de olhar perdido, sem brilho ou expressão,
sua voz tão sumida oferece-pede
ao passante apressado sem atenção.
Quem é você, qual é seu passado que a trouxe aqui?
Onde está sua boneca, sua infância perdida?
Onde está sua esperança, seu riso infantil?
Onde estão o carinho e o amor que lhe são devidos?
Seu olhar anda cheio de medo.
Seus pés trazem a poeira do chão.
Seu corpo está sempre com fome.
Sua alma leva a dor e a solidão.
Quem somos nós que a vemos e seguimos
e não nos perguntamos o que você faz aqui?
Quem somos nós que aceitamos em silêncio
o grito estridente de sua fome de amor?
O que somos nós, meu Deus, o que somos nós?
Quem é você, menina Maria,
maria genérica, que um nome requer?
Quem é você, solta nas ruas,
perdida no mundo, numa esquina qualquer?
Vendendo balas, pedindo esmolas
de olhar perdido, sem brilho ou expressão,
sua voz tão sumida oferece-pede
ao passante apressado sem atenção.
Quem é você, qual é seu passado que a trouxe aqui?
Onde está sua boneca, sua infância perdida?
Onde está sua esperança, seu riso infantil?
Onde estão o carinho e o amor que lhe são devidos?
Seu olhar anda cheio de medo.
Seus pés trazem a poeira do chão.
Seu corpo está sempre com fome.
Sua alma leva a dor e a solidão.
Quem somos nós que a vemos e seguimos
e não nos perguntamos o que você faz aqui?
Quem somos nós que aceitamos em silêncio
o grito estridente de sua fome de amor?
O que somos nós, meu Deus, o que somos nós?