de infinitas faces afetivas...
eu sou aquele que de gritar perdeu a voz
em cujo o desespero pousou em silêncio
no qual as e drogas não fazem mais efeito
e que se quedou num canto alheado de si mesmo
como a querer ouvir qualquer voz
dentro do abismo em que me encontro
a me refletir em múltiplas faces dentro da escuridão...
eu sou aquele que tem os gestos comedidos,
a cabeça deformada de bater nas paredes
e os punhos todos quebrados para sempre,
assim como quem bateu no chão com toda força
como a querer abri um lugar que me coubesse,
como a querer sentir alguma vida,
mas que teve que levantar os olhos
dentro da madrugada e se apegar as crenças antigas
de que existe alguém que se importa conosco
e que nos quer do jeito que estamos
assim mesmo perdidos e descontrolados
como se tivesse nos preparado uma cama,
e, para nós existisse uma história infantil
que acompanha uma canção de ninar
que levamos para dentro do sono
assim como quem viu do desespero brotar
uma rosa de pétalas luminosas, de infinitas faces afetivas...
boa tarde.