ir ficar seguindo

não sei direito por onde estou indo,

sei que é certo, me disseram que esse é o caminho,

e resolvi seguir esses passos luminosos,

essas marcas que ficaram para sempre guiando

os seres como eu,

aqueles que tem marcas na cara,

e estão assim que meio desconfiados,

como se tivessem medo, mais muito corajosos

de andar pelo meio da estrada...

não sei direito onde estou indo,

e, muitas vezes, não tenho certeza de nada,

procuro dizer uma palavra a quem precise,

a quem está há muito tempo dentro do silêncio da madrugada...

essas coisas acontecem,

ninguém é mestre sem amargura,

e sorrir mesmo chega a ser muito dificil,

e a carne treme muito como se quisesse ri tambem

quando nos esquecemos de nossa culpa enorme...

mas não miremos as coisas caídas,

essas mortes são para sempre,

plantemos por onde formos, por onde estejamos andando

uma imagem de nós mesmos,

essa de agora, assim meio triste, assim quase alegre,

como se nossa alma estivesse bailando

dentro de nossa imensa densidade,

isso que não nos permite mais ir ver quem está no palco

isso que já nos entristece por sermos felizes

dentro de um mundo em que impera

coisas como desespero e desolação...

sejamos amigos, amigos das coisas caídas,

amigos das vitórias perdidas,

amigos das mulheres abandonadas,

dos homens que se enforcaram,

sejamos amigos dos bêbados esquecidos

dos drogados que não se suportam,

sejamos amigos das flores que ainda não desabrocharam,

dos charcos de onde

com toda certeza nos oferecerá

aromas de renovação e esperança...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 16/02/2013
Reeditado em 17/02/2013
Código do texto: T4144257
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