DO BARCO QUE ENTREVÊ A VIDA
A idade avança, a gente avança o sinal e o medo avança na gente.
Da idade e das mudanças
Do sinal que a vida emana
O medo guerreia com a gente.
A ansiedade cansa, a gente cansa da vida e a vida chamando a gente.
Ansiedade com as matanças
Que a vida faz e a gente reclama
Porque não quer mudar.
Tanto faz se são cem anos
Vinte ou quinze, trinta ou mais
O barco não sai do cais
Sem a gente pra manobrar.
O passado que acorrenta
assusta mais do que desconhecido
e o futuro assim se ausenta
no medo do tanto sofrido.
O medo que avança na gente, quando a gente avança o sinal, entre a idade que avança...
E a gente entra na dança
Que parado não sei vai...
o barco não vai
a lugar
algum.