Indiferentes

eu não canto a desgraça,

não sou filopata,

me encontro no mundo,

e vou dar meu recado.

me entendo com as gentes,

me entendo com os bichos,

me entendo com as plantas carnívoras

e carrego uma pedra na mão.

não se brinca na vida,

não se brinca com as pessoas,

não se deve queimar as plantas,

nem humilhar as pedras.

eu estou no mundo e estou queimando,

e quando vou me deitar

eu te conto meus destinos,

ou te invento com minha imaginação poderoso,

e te conto o que sinto,

e depois finjo que durmo

e vou noutros mundos me munir

de meios eficientes

de te tocar sem te ferir de morte

para que tu me percebas

e me entenda enfim

como quem não te tem aversão

nem é teu inimigo

nem disputa espaço contigo,

mas que quer ir mais longe

quer ir até aqueles caídos que chamam

e te esclarecer que me empatas,

e é nisso que não me compreendes,

e então achas que deves me insuflar

os Medicamentos que te deixam tranquilo...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 14/02/2013
Código do texto: T4140582
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