Indiferentes
eu não canto a desgraça,
não sou filopata,
me encontro no mundo,
e vou dar meu recado.
me entendo com as gentes,
me entendo com os bichos,
me entendo com as plantas carnívoras
e carrego uma pedra na mão.
não se brinca na vida,
não se brinca com as pessoas,
não se deve queimar as plantas,
nem humilhar as pedras.
eu estou no mundo e estou queimando,
e quando vou me deitar
eu te conto meus destinos,
ou te invento com minha imaginação poderoso,
e te conto o que sinto,
e depois finjo que durmo
e vou noutros mundos me munir
de meios eficientes
de te tocar sem te ferir de morte
para que tu me percebas
e me entenda enfim
como quem não te tem aversão
nem é teu inimigo
nem disputa espaço contigo,
mas que quer ir mais longe
quer ir até aqueles caídos que chamam
e te esclarecer que me empatas,
e é nisso que não me compreendes,
e então achas que deves me insuflar
os Medicamentos que te deixam tranquilo...