Pra quê tanta insistência?
Por que insistir no que não dá certo?
O que de fato interfere
Não é ser jogada contra a parede
Mas quem te joga contra ela
Ou nela.
Tomei a minha última xícara de café
Voltei para casa com um poeminha na mão,
Rabiscado em um guardanapo.
Com sorte, depois dessa confissão que leu o guardanapo,
Talvez me sobre um pedacinho do céu.
Aquele pedaço de papel
É todo o amor que me restou.
Foi o que sobrou,
Molhado de tanto pranto
Que logo rasgou.
No papel havia
O fim do nosso amor.
Eu o dobrei e fiz um barco,
Um barquinho pequenininho,
O barquinho era o meu amor próprio
Era o mesmo poeminha molhado.
E na primeira tempestade
Foi o barquinho que me salvou
O teu colete você não me daria
E se não fosse aquele poema sofrido de se ler
Eu teria morrido afogado pelo amor.