TOLERÂNCIA ZERO

Não me venhas com paixões desenfreadas,

que nada têm de amor, visto sequer me enxergas,

nem me venhas com patéticas e arrogantes ciladas.

Primeiro que não és minha praia,

segundo que não vim ao mundo para aturar esse tipo de maçada!

Também não tenho tempo para caudas exibidas,

seja de pavoa ou pavão, ou para ares de mistério,

ou para teus delirantes discursos pretensamente sérios.

Se queres ser meu amigo, meu irmão, cresça, aprenda a amar.

Plante flores, preserve bosques, cante belas canções,

faça algo por alguém, brinque, crie belas obras.

Procure-me, gentilmente, em alguma velha estação,

para encontros pacíficos, diálogos verazes e sóbrios.

Contemple estrelas, chore pelo que é triste, jogue fora as máscaras, cuide do que foi ferido, descubra remédios para dores incuráveis,

adote ideais fraternos, cate conchas à beira-mar...

Mas, pelo amor de Deus, pare com essa mania de impérios!

Chega! Basta dessas insanidades milenares! Isso não tolero!