TERNURA

TERNURA I

Só uma palavra me devora.

E tal palavra se chama Ternura!

Podes falar sobre paixões durante horas.

Não adianta. Não basta para tocar minhas tessituras.

Só uma emoção me vence em tudo.

Desarma em mim todas as frágeis barreiras.

Cala as entranhas do meu ser até o fundo.

Ternura! É assim que ela se nomeia.

Paixão não é ruim nem feia.

Sozinha, porém, não passa de pó de areia.

Apenas casada com a ternura mais profunda

é que dá à luz o amor e seu indestrutível mundo.

Por isso, pertenço ao mais forte dos sentimentos,

que reina soberano em meu coração,

e que de minha alma é lucidez e alimento.

Ternura é o seu nome e sua irmã, a compaixão.

TERNURA II

Sou uma mulher madura,

que as vezes anda em carrosséis e balanços.

Sou uma criança insegura,

que as vezes anda de furada armadura,

mas é facilmente vencida pela Ternura,

Frágil, forte, vulnerável, madura, insegura,

contudo, apesar disso e acima de tudo, Ternura!