INDIGENTE
O meu ego não ganhou patente
O meu íntimo desfila exposto.
Sem cadastros, como indigente,
Meu espírito não paga imposto.
Minha gana, muito lerdamente,
Provou meu paladar sem gosto.
E os meus sonhos sem conta corrente
São credores do próprio desgosto.
Min'dentidade, pobre descontente,
Já nasceu sem assumir seu posto...
Meu patrimônio, vago e indecente,
São memórias de um nome sem rosto.