toque na face
Minha solidão é o sereno em minha alma
e todo meu ser
num momento da madrugada
se estremece de medo.
Não posso dizer como meu coração sente o mundo,
e a ausência em mim é uma constante aterradora,
falta-me, apesar de tudo, aquela palavra de carinho.
eu me apego a tudo quanto é demonstração de afeto
que percebo, a quem quer que seja dirigido.
Preciso dizer que Ema acabou comigo,
ela me odiou no momento que sai de seu ventre.
e desde então tenho tentado ser feliz na vida,
tenho tentado ser forte,
porém a violência de meu ser perturba almas delicadas.
Minha alegria chega sem que eu mesmo perceba
e então eu riu, e sinto-me muito capaz,
Escrevo textos poéticos
e cartas de adeus.
Danço dentro dos números e demonstro teoremas complexos,
minha mente é na verdade apenas luz.
eu então envolvo todo mundo
e resgato gente de entre os mortos,
pinto quadros, e risco as paredes,
sinto uma vontade de correr, e outra de gritar,
meu coração vai explodir, eu sei,
Eu te amo, te amo, te amo com toda minha alma.
me encontro num claro escuro
Mais ou menos como São Pedro em Goya,
os Algozes estão me crivando com ódio
O Medo não me ronda,
Está dentro de mim.
meu pavor é tão grande
que fico contrito,
existe um Terremoto dentro de mim.
Meus olhos então estão a uma temperatura
que não os suporto abertos,
todo meu ser treme e minha alma quer me abandonar,
não consigo evitar o nascimento em minhas entranhas
de uma grito contido em lágrimas de sangue...
A vizinhança ouve minhas pancadas na parede,
eu espalmo no chão minhas mãos Gélidas,
sem sensações,
a Dor é imensa mais não sinto meu corpo,
estou vivo, mas dentro de um corpo já morto.
Que bom.
Imperatriz-MA, 15/01/13