ALGUÉM
A harmonia de Bach,
Convida-nos ao silêncio.
Caímos em certo esquecimento,
E, por momentos, somos maestros.
Brindamos o amor,
Batendo os copos
E sacudindo o champanhe.
Rotulamos estas horas,
Com marca registrada da paz.
Infinita, interior.
A sensibilidade polifônica,
Nos torna,
Bach,
Mozart,
Ao menos, mimicamente imitamos,
E novamente
Brindamos,
Sem perceber
Que a música tocou
Infinitas vezes.
E quando deitamos
Ouvimos Beethoven.
(Anos 80)